quarta-feira, 27 de julho de 2011

Pode chamar-me Princesa

mas voltemos ao início:

Chamada de um alegado serviço ao cliente, de modo a melhor aferir a satisfação dos clientes. Um senhor, do outro lado da linha, com voz de gravação cínica. Penso podia ser eu do outro lado a trabalhar, vamos colaborar. E juro que dei o meu melhor.
Isto para chegar ao ponto em que o senhor pergunta, então e deseja acrescentar algum título honorífico ao seu nome?
Princesa

Penso, mas corrijo com um: não. E ele prossegue a conversa com um Dona Marie introdutório em cada pergunta que me deixou bastante arrependida do que tinha dito antes.
História da minha vida.

Hoje tive saudades disto

e sim, era só para dizer.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Se é verdade que é a infelicidade

que inspira as grandes obras literárias, ou pelo menos os melhores posts, isso quer dizer que ando num estado de absoluta felicidade? Quem me dera.
Entretanto não vou conseguir perceber se existirá alguma relação nisso, mas também quem quer saber? Eu só sei que abri o blogger porque estou na biblioteca, a minha casa dos últimos tempos, a tentar escrever um projecto de tese interessantíssimo e muito prometedor. Em delírio intelectual tal que só para não perder a ligação à terra, resolvi escrever aqui asneira.
Aliás, esta é a secção sobre a qual tento escrever no momento:

Pertinência do trabalho/ Estado da arte, sendo o que primeiro me ocorre escrever:
Muito pertinente / Bem, obrigada, a família e os filhos?

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Hoje apeteceu-me

escrever o nome e número de telefone num pedaço de papel e deixá-lo na mão do rapaz ruivo que ia ao meu lado. Se quisesse ir tomar café.
Pensei: não sejas estúpida ninguém faz isso e segui com a minha vida.
Fraca.

Estou aqui a pensar

(esta introdução nunca resulta em coisa boa,) que se calhar devia (voltar a) dar uma foto ao meu perfil do blogger.
Hm, Vou tentar formar uma opinião altamente bem argumentada e sustentada e volto já.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Um dia, também isto, irá passar

espero que seja rápido, que cada vez que penso, sinto a alma afundar.
A maior parte do tempo não penso. Imagino e, isso, eu sei, é grande parte do meu mal - a imaginação. Mas será? Tudo imaginação minha?
Sim, e agora é interiorizar. Porque mesmo que a resposta seja contrária, não vai levar a lado nenhum.

E pronto. Não voltarei a exteriorizar isto, que até a mim já enjoa.
E um dia passa.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Um dia também vou ter uma vida perfeita,

um QI de 150, uma cintura de 50cm, 100 amigos chegados, 30 melhores amigos, 5 amigos coloridos e 300 pretendentes (com o amor da minha vida à espera ali, ao virar da esquina), 500 pares de sapatos e outros 500 de brincos, 1000 colares lindos de morrer e 500 carteiras, vou viver permanentemente penteada, maquilhada, unhas perfeitamente pintadas e sem um pêlo fora da graça, vou viver dentro de vestidos e saltos altíssimos permanentemente, vou ler um Tolstoi por dia (nem sabes o bem que te fazia) e comer estatísticas ao pequeno almoço (que debitarei sempre que o assunto de conversa se aproxime ou não do tema).
Vou tirar fotos de tudo e espalhar a minha felicidade em tudo quanto seja internetes ao meu dispor, escrever textos inspirados sobre a minha vida e a dos outros, sem nunca lascar uma unha ou sem perder o sorriso e boa disposição. Vou.

Mas por enquanto, enquanto esse dia não chega, aqui estou eu, mais com a neura que aos pulinhos de contente, mais com rasgos de tristeza que de iluminação divina. Mais a tentar curar o assunto do texto abaixo (que ainda não acredito que me saiu dos dedos, porque nunca me sai nada dessa categoria, guardo tudo) que apaixonada pela vida. Mas, eu.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Não sei se isto passa,

não tenho bem a certeza sequer do que isto seja, mas como dizem que o primeiro passo para a cura é admitir o problema, aqui vai: acho que estou apaixonada, ou coisa do género, não sei bem.
Olho à volta e o mundo parece estar na mesma. Devo confessar que estou surpreendida, esperava o fim do mundo.
Não sei bem como vim dar por mim nesta situação. Se por um lado é um alívio saber que tenho coração, por outro é uma angústia. Aquela história toda do coração partido e assim.
Acontece que eu sou uma cobarde da pior espécie. E não vou abrir a boca nem que me torça toda. Eu sei que estou nisto sozinha. Sei. E já chega o que chega, não me vou por a jeito. Vou esperar que isto passe, vou pedir que haja uma próxima mais feliz.

E em cada uma das vezes que tentei escrever e não publiquei, era nisto que estava a pensar.
É, aliás, nisto que penso o dia todo. Espero que passe.
Já passava.

sábado, 6 de novembro de 2010

Como as coisas mudam

Ás vezes parece que andamos todos a falar do mesmo.

Se num rico dia de sol me lembro que deitar em cima da cama, encolher a barriga, o rabo e fazer coreografias modernas é demasiado para vestir umas calças, e que então talvez uns tempos de contenção no açúcar não fizessem grande mal. No dia seguinte à decisão, garanto, caem-me uns tantos convites para jantaradas, lanches em pastelarias e o diabo a sete em confecções açucaradas. Os comentadores na televisão passam a ser todos nutricionistas e as publicidades todas dedicadas a comprimidos que fazem sumir quilos em minutos. O mundo passa a ser cinzento e dietas. Se o que domina a mente é um amor falhado, parece que passou toda a gente a ter namorados e a ser muito feliz e melosa de um dia para o outro. Os blogs passam todos a ter textos de amores épicos, as comédias românticas parecem muito mais românticas e os dramas são todos histórias de amor felizes, que fazem chorar as pedras da calçada.

Eu queria escrever sobre ambiguidades. Sobre como há amizades que de repente parecem diferentes. Sobre como as coisas mudam. Mas parece que já anda toda a gente a escrever sobre isso.